De acordo com o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), idosos frequentemente são alvos de golpes de fraudes financeiras
No Brasil, os golpes contra idosos têm aumentado, especialmente com o uso de técnicas que exploram vulnerabilidades emocionais e tecnológicas. Entre os golpes mais comuns estão as fraudes bancárias, como ligações falsas pedindo senhas ou números de cartão, além de falsos boletos e ofertas de crédito, para citar alguns exemplos. Para se proteger, é importante evitar passar informações pessoais e sempre confirmar dados com instituições diretamente antes de agir.
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania tem dedicado esforços para combater golpes financeiros e patrimoniais que afetam especialmente a população idosa. Essa preocupação levou à criação do Grupo de Trabalho para o Enfrentamento à Violência Financeira e Patrimonial contra a Pessoa Idosa, que visa educar e informar sobre prevenção a fraudes e golpes digitais, promovendo o letramento digital para que idosos possam identificar e denunciar esses crimes.
Entre as ações do grupo estão o desenvolvimento de campanhas de conscientização e a ampliação de canais de denúncia para facilitar a comunicação de suspeitas. Parcerias com entidades como o Banco Central, a Febraban e plataformas digitais como Meta e KWAI foram firmadas para fortalecer essas medidas de prevenção, reforçando o suporte à população idosa no reconhecimento de golpes comuns, como fraudes em empréstimos consignados e esquemas via redes sociais.
Abaixo, listamos os 10 golpes mais frequentes contra idosos no Brasil e dicas de como se proteger
Talvez seja um dos golpes mais comuns e conhecidos, mas ainda assim, apelar para um vínculo emocional com um ente querido, pode fazer com que a pessoa seja tomada por forte emoção e acabe agindo por impulso, sem raciocinar.
O golpe do falso parente é uma fraude comum em que golpistas entram em contato com a vítima fingindo ser um parente, geralmente um filho ou neto, alegando estar em uma situação de emergência e precisando de dinheiro rapidamente. Normalmente, eles dizem que estão em apuros financeiros, envolvidos em um acidente, ou em outra situação urgente, criando uma atmosfera de urgência para que a vítima se sinta pressionada a transferir o dinheiro sem questionar.
O golpista utiliza informações básicas, como o nome e apelido de familiares, que consegue das redes sociais ou de outras fontes públicas, para tornar a história mais convincente. A abordagem é sempre urgente e com tom emocional, para que a vítima não tenha tempo de verificar a veracidade da situação.
Como se proteger:
É uma fraude em que criminosos se passam por funcionários de instituições bancárias para obter informações financeiras ou realizar transações fraudulentas. Normalmente, eles fazem contato por telefone, e-mail, ou até via aplicativos de mensagens, dizendo que detectaram alguma movimentação suspeita na conta da vítima e que precisam de dados como senha, número de cartão ou códigos de autenticação para “resolver” o problema.
O golpista entra em contato alegando ser do setor de segurança do banco e informa uma suposta atividade incomum ou tentativa de fraude na conta.
Ele pede dados pessoais ou bancários, como senha, número do cartão, ou código de segurança, para supostamente reverter a operação. Em alguns casos, eles instruem a vítima a entregar o cartão a um motoboy ou enviar mensagens com códigos de segurança para “proteger a conta”.
Como se proteger:
Esses golpes ocorre quando criminosos realizam empréstimos em nome da vítima, geralmente idosos aposentados ou pensionistas, sem seu consentimento. A fraude pode envolver o uso indevido de dados pessoais da vítima, que são utilizados para obter crédito consignado em instituições financeiras. Ao ser descontado diretamente na folha de pagamento ou benefício do INSS, o idoso só percebe a fraude quando o valor começa a ser retirado automaticamente.
Os golpistas obtêm as informações pessoais da vítima, como CPF, nome completo, e dados bancários.Com os dados, eles solicitam empréstimos em instituições financeiras que oferecem crédito consignado. O valor do empréstimo é descontado diretamente na aposentadoria ou pensão, afetando a renda mensal da vítima.
Como se proteger:
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Caso identifique um desconto indevido, entre em contato com o INSS e a instituição financeira para cancelar o contrato fraudulento. O INSS orienta que os beneficiários nunca forneçam informações pessoais por telefone a pessoas ou empresas desconhecidas.
É uma fraude em que criminosos enviam boletos falsos para que a vítima pague, acreditando ser um pagamento legítimo, como uma conta, prestação ou taxa. Esses boletos podem ser enviados por e-mail, mensagens de texto, ou até pelo correio, sendo frequentemente muito parecidos com os originais, dificultando a identificação da fraude.
O golpista cria um boleto que simula o de uma empresa conhecida, como contas de energia, água, internet, ou mensalidades de escolas e faculdades. O código de barras é alterado para que o pagamento vá para a conta dos criminosos em vez da conta correta. Muitas vezes, o valor e a data de vencimento são iguais aos da conta verdadeira, tornando o boleto ainda mais convincente.
Como se proteger:
Caso desconfie de um boleto, entre em contato com a empresa emissora e confirme os dados de pagamento. Serviços como bancos e grandes empresas oferecem canais de atendimento para esclarecer dúvidas sobre cobranças, ajudando a evitar fraudes.
O golpe do PIX envolve várias fraudes em que criminosos exploram a popularidade do sistema de pagamento instantâneo no Brasil para enganar pessoas e obter transferências financeiras. Com a rapidez e conveniência do PIX, alguns golpistas se aproveitam da urgência para convencer vítimas a enviar dinheiro sem conferir a veracidade do pedido.
Podem usar o golpe do QR code falso também. Os criminosos colocam QR Codes falsos em locais públicos ou enviam imagens com o código modificado por mensagem. Ao escanear, a vítima faz um pagamento para o golpista. Ao fazer uma transferência por QR Code, sempre confirme a identificação do destinatário antes de concluir o pagamento.
Como se proteger:
É uma fraude em que criminosos informam à vítima que ela ganhou um prêmio ou promoção – geralmente, uma grande quantia em dinheiro, um carro, ou eletrônicos. O golpista pede que a pessoa pague uma “taxa de liberação” ou “custos administrativos” para receber o prêmio. Esses pagamentos podem ser pedidos em transferências bancárias, PIX, recarga de celular, ou até com a instalação de aplicativos maliciosos, que acessam dados do dispositivo da vítima.
Os golpistas entram em contato por telefone, SMS, e-mail, ou mensagens de redes sociais, anunciando o prêmio. Eles informam que a vítima precisa pagar uma taxa ou fornecer dados bancários para liberar o prêmio. Golpistas geralmente colocam pressão, dizendo que o prêmio pode expirar caso a taxa não seja paga rapidamente.
Como se proteger:
O golpe do pacote de viagem é uma fraude em que golpistas oferecem pacotes de viagem com preços extremamente atrativos, que incluem passagens, hospedagem e até passeios turísticos, aproveitando-se da vontade da vítima de economizar. Esse golpe é comum em épocas de férias, especialmente em destinos populares. Depois de pagarem uma entrada ou até o valor completo do pacote, as vítimas percebem que o pacote não existe ou que a empresa não é legítima.
Como se proteger:
Esses tipos de golpes ocorrem quando golpistas ligam ou enviam mensagens para as vítimas, especialmente idosos, se passando por funcionários de clínicas, hospitais ou planos de saúde. Eles alegam que a pessoa precisa realizar uma consulta ou exame urgente e, para confirmar o agendamento, pedem o pagamento antecipado de uma taxa, que pode ser via transferência bancária ou PIX.
O golpista entra em contato por telefone ou mensagem, informando que a vítima precisa de uma consulta ou exame importante. A pessoa é pressionada a marcar a consulta imediatamente e a fazer um pagamento rápido, sob o pretexto de que a vaga pode ser perdida. O falso funcionário pede um pagamento para “confirmar” a consulta ou liberar o agendamento, desviando o dinheiro para a conta dos golpistas.
Como se proteger:
Esse golpe é alvo de alertas das operadoras de saúde e da polícia, que recomendam cautela e verificação sempre que um contato exige pagamento antecipado para serviços de saúde.
Ocorre quando criminosos obtêm os dados do cartão de crédito ou débito da vítima para fazer compras fraudulentas. Os golpistas podem copiar os dados usando técnicas como skimming (uso de dispositivos em máquinas de pagamento para copiar informações), phishing (envio de mensagens falsas para roubar informações) e engenharia social (conversa manipulativa para obter informações diretamente da vítima). Esses golpes podem ocorrer tanto em compras online quanto em estabelecimentos físicos e os idosos estão entre as vítimas preferidas dessas armadilhas.
Como se proteger:
O golpe do “falso amigo” no WhatsApp ocorre quando criminosos se passam por conhecidos ou parentes da vítima e solicitam dinheiro ou ajuda financeira. Geralmente, eles usam um número desconhecido e afirmam que trocaram de número, enviando mensagens que imitam a maneira de falar do amigo ou familiar. Em seguida, pedem uma transferência urgente, normalmente por PIX, alegando estar em uma situação de emergência.
O golpista se apresenta como uma pessoa conhecida e afirma ter mudado de número. Ele tenta se passar pela pessoa com mensagens comuns, para parecer mais convincente. Em pouco tempo, o falso amigo pede ajuda financeira, dizendo que precisa pagar algo urgente ou que está em dificuldades temporárias.
Minha mãe quase foi vítima desse golpe porque viu meu nome e minha foto de perfil (não conferiu o número), mas desconfiou a tempo e entrou em contato comigo. Depois me mostrou a troca de mensagens e me senti exposta e vulnerável, afinal, tinham a minha foto atual de perfil, meu nome, o contato da minha mãe e sabiam o grau de parentesco.
Como se proteger:
Por Renata Mendes Gonçalves, editado por Bruno Ignacio de Lima 28/10/2024 08h52 via https://olhardigital.com.br/2024/10/28/seguranca/nao-caia-nesses-golpes-10-armadilhas-online-mais-comuns-para-idosos/