Nos últimos dias, você provavelmente deve ter se deparado com um anúncio da Apple promovendo a privacidade do Safari, navegador padrão de seus dispositivos. No vídeo, a empresa faz uma dramatização que envolve várias câmeras de vigilância para indicar que, enquanto os navegadores concorrentes estão espionando suas pesquisas, o Safari é “realmente privado”.
Mas será que, entre tantas opções, o Safari é de fato o navegador que oferece mais privacidade? De acordo com especialistas, não é bem assim: em uma reportagem divulgada recentemente pelo The Washington Post, Albert Fox Cahn, do Surveillance Technology Oversight Project, afirma que se a privacidade do Safari “fosse um esporte nas Olimpíadas, a Apple não estaria no pódio”.
Um dos pontos fortes do navegador da Apple é que ele interrompe automaticamente o rastreamento dos chamados “cookies”. Se compararmos ao Google Chrome, por exemplo, cookies de terceiros são permitidos a menos que o usuário os desative.
Outro pró do Safari são as proteções extras no modo Privado. De acordo com a Apple, a função conta com mais recursos para barrar técnicas avançadas de coleta de informações, bloqueando o conteúdo que você acessa para que, de fato, ninguém além de você possa vê-lo.
Por outro lado, um ponto digno de nota é que, mesmo sem cookies, o Safari não consegue impedir outros tipos de rastreamento, como o fingerprinting – que é mais invasivo do que o rastreamento tradicional por cookies.
Além disso, o modo Privado do Safari também deixa algumas marcas. Isso porque, como acontece na maioria dos outros navegadores, o modo não bloqueia os sites acessados ou o provedor de internet de identificar os conteúdos que você visitou. Até mesmo se você usar VPN, o proprietário da rede provavelmente vai saber seus passos na web.
por Ana Julia Pilato via olhardigital.com.br